O objectivo deste trabalho é, verificar a frequências respectivas das cinco expressões usadas actualmente para exprimir o futuro em textos jornalís-ticos portugueses.
A hipótese do trabalho baseia-se na concepção que existem preferên-cias na escolha das diferentes expressões do futuro e que estas preferên-cias se reflectem nos textos jornalísticos quotidianos, sendo favorecida a perífrase “ir” presente+infinitivo do verbo principal.
O estudo é conduzido sobre um “corpus” constituído por um conjunto de exemplos, (1243) tirados de dez jornais portugueses.
O método de realização consiste em, sistematicamente, percorrer os dez jornais, página a página, analisando os textos para seleccionar as expressões de futuro adequadas para nosso trabalho. A pesquisa é, por-tanto, quantitativa e sincrónica.
O resultado da pesquisa mostra, que o “futuro simples”com os seus 55%, é a expressão que desempenha a maior função e prevalecendo sobre as três perífrases juntas, cuja representação se limita aos 37%.
A perífrase “ir”presente+infinitivo do verbo principal é usada em 31% dos casos, verificando-se, contudo, uma variação do seu uso entre os diferentes jornais.
No que diz respeito à perífrase “haver de”+ infinitivo, o seu uso é extremamente restrito, limitando-se a cinco ocorrências.
A outra perífrase “ir” conjugado no futuro simples+verbo principal, que quase não existe na língua falada, aparece no nosso material com uma frequência de 65 vezes ou seja, aproximadamente 5%.
Quanto ao “presente” usado com valor de futuro, o ocorre 107 vezes correspondendo a 9%. Este modo de exprimir o futuro, além de ser utili-zado nos artigos contendo algumas entrevistas, ocorre quase exclusiva-mente nas notícias cuja intenção é informar um público local ou regional sobre eventos previsíveis.